terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Os tiques de luxo de Almada



Não, desta vez não estão em causa os relógios de ouro oferecidos anualmente pela autarquia de Almada aos funcionários que cumprem 25 anos de casa. Desta vez o Má Despesa descobriu que no último Natal a autarquia de Almada presenteou os filhos dos funcionários com tablets Samsung Galaxy Tab 3, cuja factura ultrapassou os 8 mil euros ( 8.015,00 € + IVA). Num país em que um terço das crianças vive na pobreza, esta prenda é um verdadeiro luxo. 

3 comentários:

  1. Caros amigos do Má Despesa Pública:
    A propósito do vosso post, enviei esta reflexão aos meus amigos.
    «Caras amigas e caros amigos:
    (Leiam o post abaixo, retirado do blogue Má Despesa Pública, um verdadeiro serviço público de carácter cívico gratuito ao serviço dos cidadãos).
    É a mentalidade retratada no post que perverte a lógica da boa gestão autárquica ao serviço da comunidade (muito mais do que os valores destes gastos em causa), a qual se encontra generalizada, que faz que em pleno século XXI tenhamos muito mais populações do que imaginaríamos num distrito (de Setúbal) que se diz e quer progressista, nesta situação:
    - sem rede de esgotos,
    - com recolha de lixo deficiente,
    - com baixas taxas de recolha diferenciada de resíduos,
    - com pavimentos de ruas e estradas deficientíssimos,
    - com sinalizações viárias, horizontais e verticais, em falta, pondo em risco a segurança de peões e automobilistas,
    - com bibliotecas de escolas escassamente equipadas,
    - etc.
    Tudo funções básicas que só as câmaras podem prover.
    Mas para o novo-riquismo dos gadgets, do apoio a troco do silêncio e da compra de consciências a tudo o que é associação da comunidade (independentemente do retorno que esse apoio possa dar para a comunidade), da festarola com contratação de artistas a peso de ouro ou das realizações ditas culturais (do tipo feira medieval comprada em pacotes normalizados, liofilizados, é só acrescentar água: em que as comunidades escolares não participam), para tudo isto há sempre dinheiro.
    Como para alimentar esta política é preciso dinheiro, temos as mais elevadas taxas de impostos municipais do país: no IMI, na Derrama de IRC, nos 5% do IRS (que não nos é devolvido), nas taxas municipais.
    É preciso que os munícipes acordem do longo torpor.
    Desistir e refugiarem-se na abstenção (é o distrito com as mais elevadas taxas nas autárquicas, da ordem de 60%) não é solução.
    Saudações.
    M. S.
    P. S. É preciso que os que querem ser alternativa nos poderes autárquicos não enveredem por práticas semelhantes.
    É preciso pensar criticamente as políticas autárquicas, senão têm razão os que acham que são todos iguais.»

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