sexta-feira, 28 de março de 2014

Os 11 casos de polícia do BES


O jornalista João Miguel Tavares elencou, num artigo de opinião, 11 casos em que o BES esteve sob investigação. Pode parecer um exercício simples, mas a verdade é que, quando se olha para a lista percebe-se que algo de estranho se passará para aqueles lados. No entanto, tal como escreveu noPúblico, “manda o rigor, e a boa tradição portuguesa, sublinhar que muitos destes casos resultaram em absolvição dos arguidos. Mas, das duas, uma: ou o BES é menos popular no DCIAP do que Hitler entre os judeus, ou, de facto, há uma cultura de gestão altamente problemática, a que urge pôr cobro. Tendo em conta a importância da reputação num banco sistémico, é impossível viver com a sensação de que valia a pena a polícia abrir uma dependência dentro do BES, tendo em conta o tempo que passa a investigar o banco”. Relembre algumas das investigações de que o BES foi alvo.
  1. O caso Portucale, que meteu o abate de sobreiros numa zona protegida, após a aprovação de empreendimentos imobiliários em contra-relógio, em vésperas das legislativas de 2005, por parte de ministros do CDS-PP;
  2. O caso dos submarinos, onde se suspeitou de financiamento partidário por parte do consórcio vencedor;
  3. O caso Mensalão, mais financiamento partidário, desta vez do PT de Lula da Silva (as notícias do caso levaram a um corte de relações entre o BES e a Impresa);
  4. O caso das contas de Pinochet, com dinheiro do ditador chileno a passar, segundo uma investigação americana, pelo banco português, via Miami;
  5. O caso das fraudes na gestão dos CTT, incluindo a mediática venda de um prédio em Coimbra, valorizado em mais de cinco milhões de euros num só dia;
  6. A interminável Operação Furacão, megaprocesso de investigação de fraude fiscal;
  7. O caso Monte Branco, onde Ricardo Salgado constava da lista de clientes da Akoya, rede suíça de fraude fiscal e branqueamento de capitais;
  8. O caso dos 8,5 milhões de euros que Salgado se esqueceu de declarar ao fisco, detectados na sequência das investigações à Akoya, e que teria recebido por alegados serviços de consultadoria prestados a um construtor português a actuar em Angola;
  9. O caso da venda das acções da EDP pelo BES Vida, feita dias antes da aprovação da dispersão em bolsa da EDP Renováveis, o que levantou suspeitas de abuso de informação privilegiada;
  10. O caso do BES Angola, uma investigação por branqueamento de capitais que acabou por transformar Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BESA, num dos inimigos de Ricardo Salgado (o BES, por sua vez, veio acusar Sobrinho de utilizar os jornais da Newshold – o i e o Sol – para ataques pessoais ao presidente do banco);
  11. O caso da recente multa (1,1 milhões de euros) em Espanha, devido a infracções “muito graves” de uma norma para a prevenção de branqueamento de capitais (em 2006, a Guardia Civil já havia feito uma rusga a uma dependência espanhola do BES).

    "É possível que me esteja a esquecer de alguma coisa", ressalva João Miguel Tavares.

4 comentários:

  1. Não é à toa que chamam ao "Ricardinho" o DDT, isto é, o Dono Disto Tudo! Já para não falar do "esquecimento" de declarar ao fisco todos aqueles milhões! Num país a sério seria logo posto atrás das grades. Mas aqui na "Bananalândia" basta regularizar a situação e já está!

    Se houvesse escrutínio sobre as pessoas que militam nos partidos jamais teríamos esses imberbes e medíocres políticos de carreira, estilo "prêt-à-porter", que mais não são que agentes ao serviço desses intere$$es obscuros não escrutinados. E isso só acontece porque temos o sistema eleitoral mais anti-democrático da Europa Ocidental, do qual esta "ditadura de partidos" não abdica.

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  2. Desde que foi o caso daquela senhora da "famiglia" ter dito que na Comporta era como "brincar aos pobrezinhos" fechei logo aí a minha conta. Agora este artigo só vem dar razão à minha decisão. A melhor forma de diminuír o excessivo poder que esta gente tem é ostracizá-los socialmente.

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  3. Alguém acredita que quem financia um partido não espere nada em troca? O financiamento partidário por privados deixa os partidos reféns das oligarquias que por essa via os controlam e está na génese de toda a corrupção.

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  4. Triste que os eleitores votem nos lacaios do Bes e outros semelhantes desculpando-se que não sabem. Pensar dá muito trabalho, dizer mal sabe bem e convem eleger camelos de quem valha a pena dizer mal.

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